A ausência de sintoma e sua relação com o processo de enfrentamento de pacientes cardiopatas cirúrgicos
DOI:
https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.17.346Palavras-chave:
pacientes cardiopatas cirúrgicos, ausência de sintoma, enfrentamentoResumo
As doenças cardiovasculares são as que mais causam mortes prematuras em todo o mundo e todos os anos milhares de pessoas são acometidas por alguma cardiopatia. Muitas vezes este diagnóstico vem acompanhado da necessidade de intervenção cirúrgica, o que mobiliza no paciente as mais diversas angústias, dentre elas as suscitadas pela ausência de sintoma. O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a relação entre a ausência de sintoma e o processo de enfrentamento de pacientes cardiopatas cirúrgicos frente ao diagnóstico, à intervenção cirúrgica e ao pós-operatório. O método escolhido para essa pesquisa foi o qualitativo de caráter compreensivo. A coleta de dados se deu a partir da aplicação do teste Desenho da Figura Humana e de entrevistas semiestruturadas em três pacientes cardíacos adultos, assintomáticos, no pós-cirúrgico, internados em um hospital cardiológico em São Paulo/SP. Os resultados foram analisados, respectivamente, a partir da Técnica de Machover e da Análise de Conteúdo de Bardin, à luz da psicanálise. Este trabalho demonstrou que a apropriação do adoecimento é prejudicada pela ausência de sintoma, o que aponta para uma importante relação desta ausência com o processo de enfrentamento dos pacientes avaliados, principalmente no que concerne o diagnóstico e à intervenção cirúrgica.
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