O tempo para os que esperam

reflexões a partir do atendimento psicológico a pacientes na Unicor de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro

Autores

  • Flávia Figueira de Andrade Porto Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Maria Inês Garcia de Freitas Bittencourt Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.12.471

Palavras-chave:

Saúde, Tempo, Comunicação, Relação terapeuta-paciente, Criatividade

Resumo

Este trabalho contemplou a experiência do terapeuta no atendimento psicológico a pacientes internados na Unidade Coronariana de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro. Nesta prática foi possível observar a urgência do tempo de espera dos pacientes por caminhamentos cirúrgicos e/ou de tratamento, motivada pela expectativa de recuperação da saúde. Estava em jogo nessa espera, a reapropriação da vida relacional e ocupacional por parte do paciente, sua oportunidade de dar prosseguimento a investimentos pessoais e de retornar ao convívio limiliar. O espaço físico hospitalar e suas implicações na comunicação entre os pacientes, com a equipe e familiares, o manejo do saber/poder médico e a consequente relação afetiva estabelecida entre as pessoas que fazem o cotidiano institucional foram fundamentais no processo de produção de subjetividade ou de despersonalização dos sujeitos ali internados. Este trabalho, que partiu de uma perspectiva psicanalítica de análise e de estudos sobre modelos asilares de instituições de cuidado (Goffman, 1987), trouxe à baila a importância de relações afetivas satisfatórias que considerem o paciente um ser em potencial, capaz de amenizar os impactos gerados pelo tempo de espera com sua possibilidade criativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Figueira de Andrade Porto, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Aluna do curso de Especialização em Psicologia da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC–Rio.

Maria Inês Garcia de Freitas Bittencourt, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Psicóloga clínica, prof.(a) doutora do Departamento de Psicologia da PUC – Rio.

Referências

Bittencourt, M. I. G. F. Reflexões sobre o tempo - instrumentos para uma viagem pelo ciclo vital. Psyche, São Paulo, v. ano IX, n. vol 15, p. 93-104, 2005.

Benelli, Sílvio José; ROSA, Abílio da Costa. Geografia do poder em Goffman: vigilância e resistência, dominação e produção de subjetividade no hospital psiquiátrico. Estudos de Psicologia (Campinas), Campinas, Sp, v. 20, n. 2, p. 35-49, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-166X2003000200004

Bowlby, J. Trilogia Apego e Perda. Volumes I e II. São Paulo. Martins Fontes, 1990.

Cassorla, S. M. R. (2004) Entrevista com Dr. Roosevelt Moises Smeke Cassorla. Edição 272. 25 a 31 de outubro de 2004. Página consultada em 29 de maio. http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/novembro2004/ju272pag11.html

Freud, S. Reflexões para os tempos de guerra e morte. ESB. Rio de Janeiro: Imago, 1915.

Goffman, E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1987.

Jorge, M. A. C. Discurso médico e discurso psicanalítico. In: CLAVREUL, J. A ordem médica: poder e impotência do discurso médico. (Noujaim, J.G. et al.; Trad.) São Paulo: Brasiliense, 1983.

Lispector, C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Safra, G. O sagrado e a criatividade. In: João Spinelli; Eunice Vaz Yoshiura; Latife Yazigi; Eduardo Yazigi. (Org). Criatividade: uma busca interdisciplinar. 1 ed São Paulo: UNESP, 1999, v. 1, p. 73-75.

Downloads

Publicado

25-07-2009

Como Citar

Porto, F. F. de A., & Bittencourt, M. I. G. de F. (2009). O tempo para os que esperam: reflexões a partir do atendimento psicológico a pacientes na Unicor de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro. Revista Da Sociedade Brasileira De Psicologia Hospitalar, 12(2), 43–53. https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.12.471

Edição

Seção

Pesquisa original