O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO A ÓBITOS EM UNIDADE PEDIÁTRICA

Autores

  • Aniele Lima de Souza Souza Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul
  • Shana Hastenpflug Wottrich Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul
  • Cynthia Seelig Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul
  • Evelyn Soledad Reyes Vigueras Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul
  • Patrícia Pereira Ruschel Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.10.141

Palavras-chave:

pediatria, óbito, atendimento psicológico, luto

Resumo

Introdução: Vivemos em uma sociedade propensa a ignorar ou evitar a morte (Kübler-Ross, 2005), pois é uma experiência que expõe o ser humano a sua própria impotência (Freitas, 2000). A confrontação com a perda, bem como a dor física e emocional advinda dessa experiência, parecem ser ainda mais intensos quando se trata da morte de um filho, visto que há interrupção de uma seqüência esperada (Freitas, 2000). Objetivo: Descrever aspectos da experiência do Serviço de Psicologia Clínica de um hospital de referencia em cardiologia no RS relacionados ao acompanhamento de familiares mediante óbito de crianças internadas em Unidades Pediátricas. Método: Relato de experiência profissional. Foram estudados 35 relatos de casos de óbitos, registrados nos prontuários do Serviço, atendidos nas Unidades Pediátricas do hospital, no ano de 2006. Os encaminhamentos são realizados pela equipe médica e de enfermagem das respectivas Unidades. O acompanhamento pode, em alguns casos, iniciar exatamente no momento da notícia do óbito que é anunciada pelo médico. Resultados: O impacto psicológico dessa situação de perda causa reações de revolta ou desnorteamento nas quais, por vezes, é necessária a contenção física. O Serviço de Psicologia é colocado como referência, oferecendo um espaço que contemple acolhimento e escuta. Além disso, o profissional encarrega-se de identificar o membro da família com condições de encaminhar os trâmites legais para o sepultamento, encaminhando-o ao Serviço Social ou a outros serviços de referência para realização da parte burocrática do óbito. Os familiares também são acompanhados no morgue do hospital, onde podem permanecer com a criança falecida. É nesse momento que a confrontação com a morte dá-se de forma direta. Acompanha-se o trânsito entre as fases iniciais do processo de luto, intervindo-se no sentido de mediar esse momento de tanta dor. Conclusão: Percebe-se que essa modalidade de acompanhamento permite maior acolhimento dos aspectos psico-emocionais presentes diante da morte, buscando auxiliar no começo de um processo saudável de luto, tanto por parte dos familiares das crianças, quanto da equipe.

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Biografia do Autor

Aniele Lima de Souza Souza, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Psicóloga Esp, em Cardiologia pelo Programa de Residência Integrada em Saúde: Cardiologia do Instituto de Cardiologia do RS.

Shana Hastenpflug Wottrich, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Psicóloga Esp, em Cardiologia pelo Programa de Residência Integrada em Saúde: Cardiologia do Instituto de Cardiologia do RS.

Cynthia Seelig, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Psicóloga Esp, Psicóloga do Serviço de Psicologia Clínica do Instituto de Cardiologia do RS.

Evelyn Soledad Reyes Vigueras, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Psicóloga Dda, Psicóloga do Serviço de Psicologia Clínica do Instituto de Cardiologia do RS.

Patrícia Pereira Ruschel, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Psicóloga Ms, Coordenadora do Serviço de Psicologia Clínica do Instituto de Cardiologia do RS.

Referências

Bromberg,M.H.P.F; Kovács,M.J; Carvalho,M.M.M.J & Carvalho,V.A. (1996). Vida e Morte: Laços de Existência. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Freitas,N.K. (2000). Luto Materno e Psicoterapia Breve. São Paulo: Summus.

Kovács, M. J. (1995) O profissional de saúde em face da morte. In: Oliveira, M.F.P; Ismael, S.M.C. (orgs.) Rumos da Psicologia Hospitalar em Cardiologia. São Paulo: Papyrus.

Kübler-Ross,E (1998). A Roda da Vida: memórias do viver e do morrer. Rio de Janeiro: GMT.

Kübler-Ross,E (2005). Sobre a Morte e o Morrer. São Paulo: Martins Fontes.

Parkes,C.M (1998). Luto – Estudos sobre a Perda na Vida Adulta. São Paulo: Summus.

Ruschel,P.P. (2006). Quando o Luto Adoece o Coração - : luto não-elaborado e infarto. Porto Alegre: EDIPUCRS.

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Publicado

08-06-2007

Como Citar

Souza, A. L. de S., Wottrich, S. H., Seelig, C., Vigueras, E. S. R., & Ruschel, P. P. (2007). O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO A ÓBITOS EM UNIDADE PEDIÁTRICA. Revista Da Sociedade Brasileira De Psicologia Hospitalar, 10(1), 151–160. https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.10.141

Edição

Seção

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