O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO A ÓBITOS EM UNIDADE PEDIÁTRICA
DOI:
https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.10.141Palavras-chave:
pediatria, óbito, atendimento psicológico, lutoResumo
Introdução: Vivemos em uma sociedade propensa a ignorar ou evitar a morte (Kübler-Ross, 2005), pois é uma experiência que expõe o ser humano a sua própria impotência (Freitas, 2000). A confrontação com a perda, bem como a dor física e emocional advinda dessa experiência, parecem ser ainda mais intensos quando se trata da morte de um filho, visto que há interrupção de uma seqüência esperada (Freitas, 2000). Objetivo: Descrever aspectos da experiência do Serviço de Psicologia Clínica de um hospital de referencia em cardiologia no RS relacionados ao acompanhamento de familiares mediante óbito de crianças internadas em Unidades Pediátricas. Método: Relato de experiência profissional. Foram estudados 35 relatos de casos de óbitos, registrados nos prontuários do Serviço, atendidos nas Unidades Pediátricas do hospital, no ano de 2006. Os encaminhamentos são realizados pela equipe médica e de enfermagem das respectivas Unidades. O acompanhamento pode, em alguns casos, iniciar exatamente no momento da notícia do óbito que é anunciada pelo médico. Resultados: O impacto psicológico dessa situação de perda causa reações de revolta ou desnorteamento nas quais, por vezes, é necessária a contenção física. O Serviço de Psicologia é colocado como referência, oferecendo um espaço que contemple acolhimento e escuta. Além disso, o profissional encarrega-se de identificar o membro da família com condições de encaminhar os trâmites legais para o sepultamento, encaminhando-o ao Serviço Social ou a outros serviços de referência para realização da parte burocrática do óbito. Os familiares também são acompanhados no morgue do hospital, onde podem permanecer com a criança falecida. É nesse momento que a confrontação com a morte dá-se de forma direta. Acompanha-se o trânsito entre as fases iniciais do processo de luto, intervindo-se no sentido de mediar esse momento de tanta dor. Conclusão: Percebe-se que essa modalidade de acompanhamento permite maior acolhimento dos aspectos psico-emocionais presentes diante da morte, buscando auxiliar no começo de um processo saudável de luto, tanto por parte dos familiares das crianças, quanto da equipe.
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Referências
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