Escutando contos, desenhando a vida
arteterapia em enfermarias pediátricas de um Hospital de Ensino de Alta Complexidade em Pernambuco – IMIP
DOI:
https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.15.389Palavras-chave:
Terapia pela arte, Desenho, Hospitalização, Humanização da assistênciaResumo
Este artigo teve como objetivo descrever a experiência da arteterapia mediada pelo conto de fadas e desenhos de pacientes e acompanhantes hospitalizados nas enfermarias pediátricas do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Foi utilizado o conto “A bela adormecida”, coletando-se 100 imagens dos grupos de arteterapia no período de fevereiro a maio de 2009. A análise buscou articulação de temas do conto com expressões verbais e imagéticas, e o momento da hospitalização vivida pelos participantes. Foram identificados no conto 14 temas, dos quais 5 foram ressaltados pelo grupo. O “desejo maligno” relacionou-se à sensação de desconforto ao abordar a temática e na vivência do internamento; “adormecimento” referiu-se a mudança na vida da família para cuidar do paciente e a espera para o despertar; “espinhos” fez os participantes sentirem-se impedidos para alcançar o destino, o retorno ao lar; “príncipe” foi associado à força masculina e capacidade de enfrentamento, necessários para suportar a hospitalização; “encontro” representou o amor e relacionou-se ao retorno a casa através da alta hospitalar. Os resultados indicaram que a experiência de grupo arteterapêutico mediado pelo conto e pelo desenho propiciou expressão dos afetos e reconhecimento destes, associados à vida psíquica e ao processo de adoecimento.
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