Entre a saudade e o aconchego
Memory Box como apoio no processo de luto
DOI :
https://doi.org/10.57167/Rev-SBPH.25.28Mots-clés :
luto, humanização, memory box, psicologia, unidade de terapia intensiva neonatalRésumé
O luto de pais que perderam filhos recém-nascidos é um processo de muita dor e sofrimento, especialmente pelo curto tempo de vida que tiveram juntos. O objetivo deste trabalho é analisar se o Memory Box influenciou o processo de luto do casal que perdeu seu filho na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). Para isso, foi realizado um estudo de caso único, na modalidade situacional com um casal, com o qual foi realizada uma entrevista em profundidade. A entrevista foi gravada e transcrita na íntegra, sendo analisada com base nos pressupostos de Minayo (2014). A partir da análise, emergiram três categorias: À espera de Pedrinho, sua chegada prematura e o ser pai e mãe na UTIN; A partida de Pedrinho; e O aconchego de lembrá-lo a partir do Memory Box. Com base nos resultados, foi possível perceber que o Memory Box tem influenciado positivamente o processo de luto dos entrevistados de diferentes formas, ficando evidente o quanto a possibilidade de recorrer aos objetos reais usados pelo filho auxilia na narrativa e na comprovação da existência real deste filho para as pessoas que não puderam conhecê-lo, provando a concretude de sua vida.
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